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Agradecemos demais a presença e o carinho de tod@s no nosso casamento. Passem por aqui sempre que quiserem para rememorar e conhecer mais detalhes sobre o evento. =)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Marcha

(c) Aldo Monteiro. Bolsinha com a qual compareci à Marcha das Vadias, sem nem lembrar que nela tinha um button escrito "Girl Power". Sou feminista todos os dias. ;)

Como noiva, sempre me preocupei com algumas tradições machistas do casamento. Aquela história de a noiva entrar com o pai, que, no altar, a entrega ao noivo, é de um feudalismo que me enoja! Não sou propriedade de homem nenhum, sou minha e de mais ninguém. Casamento não é mais aliança entre clãs, e a mulher não é mais (ou não deveria mais ser) moeda de troca. Abomino aquela famosa leitura da Carta de Paulo aos Efésios: "Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja". Não sei como qualquer casal ainda aceita ouvir isso em sua cerimônia de casamento.

Sou feminista: defendo a idéia radical de que mulher também é gente e merece direitos iguais aos dos homens. Nem mais, nem menos.

Sábado passado participei de um evento maravilhoso: a Marcha das Vadias de Brasília. Foi uma bela passeata, muito bem organizada, pacífica e, esta parte é muito importante, consciente: todos os participantes sabiam exatamente o que estavam fazendo ali. Nada de massa ignorante. A causa era clara para todos e todas: manifestar-se contra a violência sexual e a culpabilização da mulher pelo estupro.

"O corpo é meu, e o que você pensa dele é problema... SEU!"

A Marcha das Vadias é de origem canadense, e se chama Slut Walk, em inglês. Ela nasceu depois que um policial, em palestra na Universidade de York, declarou que as mulheres não deveriam se vestir como "vadias", ou "sluts", para evitar serem estupradas. Ora, como se os estupradores escolhessem suas vítimas pela roupa que elas usam! Como se as mulheres de burca também não fossem vítimas de estupro! Como se nós, mulheres, é que tivéssemos de controlar nossos corpos e nossas roupas, em lugar de os homens terem de controlar seus instintos e seus pintos!

"Rafinha Bastos machista", referência à "piada" infame do integrante do CQC, de que mulher feia deveria agradecer ao ser estuprada, pela oportunidade de fazer sexo. Lamentável.

As estudantes canadenses criaram a Slut Walk, pelo direito das mulheres de se vestirem como quiserem e não serem estupradas por isso. Do Canadá, o movimento ganhou o mundo: México, EUA, Argentina, África do Sul, Brasil... Infelizmente, machismo existe em todo lugar.

Da Marcha em Brasília participaram homens, mulheres e crianças, de todas as idades, o que muito me alegrou. Trata-se, afinal, de uma causa que deveria ser de interesse universal. :)

Algumas pessoas pensam assim até hoje...

Neste post você vê algumas das mensagens que compartilhamos com quem presenciou a Marcha. Pode ver muito mais fotos aqui, aqui e aqui também. Eu até apareço em algumas, hehe! Recomendo ainda a leitura do Manifesto da Marcha das Vadias.

Mulheres e homens sensatos ensinam a dica #1 para prevenir estupros: não estupre. ;)

Espero que essa onde dure até quando tiver que durar. Ajude a causa e divulgue o que alguns (e algumas) ainda não perceberam: machismo mata!

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